Entenda a escalada dos ataques entre Marçal e Datena

As trocas de provocações entre os candidatos à prefeitura de São Paulo culminaram no episódio de agressão física ocorrido durante debate da TV Cultura nesse domingo (15), quando o apresentador José Luiz Datena (PSDB) arremessou uma cadeira contra o adversário Pablo Marçal (PRTB). 

A disputa eleitoral na maior cidade do país é marcada pela violência, e o empresário é quem mais coleciona ataques contra os rivais. A postura belicosa escalou, e, em debates passados, foram dados indícios de que uma agressão física poderia acontecer. 

A tensão entre os candidatos e Pablo Marçal começou no início da campanha quando ele mirou a deputada Tabata Amaral, que concorre à prefeitura pelo PSB do vice-presidente Geraldo Alckmin. Marçal, à época ainda pré-candidato, culpou a família de Tabata pelo suicídio do pai dela. 

As provocações se seguiram no debate do Estadão em 14 de agosto, quando Marçal colocou Guilherme Boulos (Psol) no alvo. Na ocasião, o empresário provocava o candidato psolista com uma carteira de trabalho; a situação escalou a tal ponto que Boulos deu um tapa na carteira, derrubando-a no chão. As ofensas pessoais continuaram com Marçal chamando o adversário de "cheirador de cocaína". A acusação doi desmentida. 

Os ataques prosseguiram no debate da TV Gazeta, quando Datena ensaiou uma agressão contra Marçal. O encontro ocorreu no dia 1º. Irritado com as provocações de Marçal, Datena deixou o próprio púlpito no final do terceiro bloco e foi na direção do rival, mas não chegou a agredi-lo. 

Marçal, aliás, usou o fato para provocar o adversário antes de ser agredido nesse domingo. "Você é um arregão. Você atravessou o debate esses dias para me dar um tapa e falou que queria ter feito. Você não é homem nem para fazer isso. Você não é homem", disse Marçal. Nesse momento, Datena deixa o lugar onde estava posicionado, se arma com a cadeira da candidata do Novo, Marina Helena, e arremessa o objeto na direção do empresário. Antes, Marçal havia relembrando uma acusação de asséio sexual contra José Luiz Datena — acusação essa arquivada pelo Ministério Público e desmentida pela suposta vítima. 

Atendido no Hospital Sírio-Libanês após o ocorrido, Marçal disse ter sofrido uma fratura na costela . O boletim médico registrou "traumatismo na região do tórax à direita e em punho direito, sem maiores complicações associadas". Ele passou por exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML) de São Paulo. A campanha pede a cassção do registro de candidatura de Datena pelo episódio. 

Em nota nesta segunda-feira (16), o apresentador da TV Band disse não se arrepender da agressão. "Sou um cara de verdade e, com um gesto extremo, porém humano, expressei minha real indignação por ter, de forma reiterada, sido agredido verbal e moralmente", escreveu. "Errei, mas de forma alguma me arrependo", acrescentou. Espero, também, ter lavado a alma de milhões de pessoas que não aguentavam mais ver a cidade tratada com tanto desprezo e desamor por alguém que se propõe a governá-la", pontuou.